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Metade dos fundos populares perde para poupança

Com taxa Selic a 8,75% ao ano, situação é ainda mais crítica no caso das carteiras mais acessíveis

Mariana Segala - AE

Com os juros básicos da economia – a taxa Selic – estacionados no atual patamar de 8,75% ao ano, metade dos fundos populares das categorias referenciado DI, renda fixa e curto prazo perde para a rentabilidade oferecida pela poupança. A conclusão é de relatório elaborado pelo site financeiro Fortuna (www.fortuna.com.br), especializado em fundos de investimentos.

O estudo levou em consideração os fundos referenciados DI, renda fixa e curto prazo oferecidos para pessoas físicas pelos principais bancos e instituições financeiras do País. Do total de 187 fundos populares acompanhados pelo Fortuna, foram desconsiderados 44 deles, porque tiveram volatilidade relativamente elevada entre os dias 23 de julho e 24 de setembro – que compreende o intervalo desde quando a Selic está em 8,75% e o período de análise do levantamento. Embora a poupança renda 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR), o levantamento considerou apenas os juros pagos – já que a TR também diminui quando os juros caem.

Dos 143 fundos conservadores populares efetivamente analisados, 74 não estão conseguindo superar o rendimento da poupança, sobre a qual não incide Imposto de Renda nem há cobrança de taxa de administração. Segundo o Fortuna, 30 fundos podem tanto ganhar quanto perder para a caderneta, a depender da alíquota de IR que recair sobre a rentabilidade da carteira. Ela pode variar entre 22,5% e 15%, conforme o período que o dinheiro ficar aplicado. Apenas os 39 fundos restantes conseguem superar a boa e velha poupança.

Pior para o pequeno investidor

A situação é pior entre os fundos mais acessíveis ao pequeno investidor. Dentre as 59 carteiras com aplicação inicial mínima de até R$ 5 mil analisadas pelo Fortuna, nenhuma ganha da poupança em rentabilidade. Três podem ganhar ou perder, a depender do IR, e 56 não conseguem vencer a caderneta.

Não à toa a poupança tem ganhado espaço frente aos fundos conservadores populares. De dezembro de 2006 para junho de 2009 (encerramento do primeiro semestre), o volume total de recursos depositados na poupança pulou de R$ 187 bilhões para R$ 283 bilhões. No mesmo período, o patrimônio dos fundos conservadores populares caiu de R$ 202 bilhões para R$ 188 bilhões. O relatório do Fortuna destaca que o crescimento aconteceu não apenas nas contas de poupança com saldos baixos, mas também naquelas com aplicações acima de R$ 100 mil.

“Apesar das dificuldades nos segmentos de mercado mais populares, a indústria de fundos de investimento como um todo continua atraindo recursos e a captação atingiu os montantes de R$ 17 bilhões neste mês e de R$ 93 bilhões neste ano”, reforça o relatório.